Oficina de Filosofia para Crianças II

Objetivos

1. Explicar a estrutura da comunidade de investigação filosófica, enquanto modelo prático do trabalho filosófico com as crianças.

2. Compreender a dimensão substancial (cognitiva) e procedimental (metacognitiva) do pensamento em comunidade de investigação filosófica.

3. Preparar, desenvolver e avaliar uma sessão de comunidade de investigação filosófica.

4. Explorar as exigências subjacentes à escolha de um estímulo promotor do diálogo filosófico.

5. Identificar diferentes procedimentos lógico-argumentativos para a condução de um diálogo em comunidade de investigação filosófica.

6. Compreender a função do facilitador de uma comunidade de investigação filosófica.

Programa

1. A investigação filosófica em comunidade: natureza e pressupostos

1.1. O que é uma comunidade de investigação filosófica?

2. Atividades iniciais e estímulos: diversidade e intencionalidade

2.1. Como construir uma comunidade de investigação filosófica?

3. O diálogo na comunidade: preparação e processo

3.1. Características do diálogo filosófico: competências a desenvolver

3.2. Seguir o diálogo: questões socráticas

3.3. Preparação e avaliação de uma comunidade de investigação filosófica.

4. O trabalho do facilitador numa comunidade de investigação

4.1. A orientação filosófica de uma comunidade de investigação

4.2. A promoção do pensamento multidimensional no trabalho filosófico da comunidade

Métodos de Ensino

A disciplina terá uma vertente teórico-prática, em que a apresentação dos fundamentos filosóficos que estruturam os vários momentos de uma comunidade de investigação filosófica decorre paralelamente com o exercício prático das mesmas.

As atividades procurarão dar conta da proximidade entre teoria e prática, mediante a preparação e o acompanhamento de atividades de diálogo filosófico a aplicar em comunidades de investigação. Com base nos conhecimentos adquiridos, os mestrandos serão agora aconselhados a desenvolverem, ao longo do semestre, pelo menos 6 sessões completas em comunidade de investigação filosófica com o mesmo grupo de crianças.

Estas sessões serão devidamente preparadas e avaliadas em aula, numa dinâmica eminentemente colaborativa. A avaliação na disciplina incidirá na planificação, preparação, realização, auto e heteroavaliação de uma dessas sessões, ao que se seguirá uma reflexão escrita sobre a mesma, tendo por base os fundamentos teóricos abordados na disciplina.

Bibliografia

CASTRO, G.; MIÚDO, B.; CARVALHO, M., CRIA: um projecto de Filosofia para Crianças, Universidade dos Açores, P. Delgada, 2010.

DANIEL, M.-F., “Epistemological and Educational Presuppositions of P4C from Critical Dialogue to Dialogical Critical Thinking”, Gifted Education International, 22 (2007) 2-3, pp. 135-147.

FISHER, R., “Socratic Education: a new paradigm for philosophical enquiry?”, Creative and Critical Thinking, 4 (1996) 1, pp. 1-13.

GARDNER, S. T., “Inquiry is no mere conversation (or discussion or dialogue): facilitation of inquiry is hard work!”, Critical and Creative Thinking, 3 (1995) 2, pp. 38-49.

KENNEDY, D., “The philosopher as teacher: the role of a facilitator in a community of philosophical inquiry”, Metaphilosophy, 35 (2004) 5, pp. 744-765.

MENDONÇA, D., Brincar a pensar. Manual de Filosofia para Crianças, Plátano Editora, Lisboa, 2011.

SHARP, A. M., “What is a Community of Inquiry?”, Journal of Moral Education, 16 (1987) 1, pp. 37-44.

Método de Avaliação

• Assiduidade e Participação - 10 %
• Relatório - 45 %
• Trabalho laboratorial ou de campo - 45 %